(Foto: Caroline de Oliveira/Arquivo AU) |
Uma das grandes dúvidas que pairavam sobre os
idealizadores do União Frederiquense de Futebol, em 2010, era em relação a
torcida. Embora o otimismo estivesse presente, os torcedores iriam aos jogos?
Apoiariam o time? Vestiriam realmente a camiseta? Pois bem, o clube completa
hoje, 3 de agosto, três anos da sua fundação, a parte mais “burocrática” da
história. Depois vieram as escolhas do nome, do escudo, das cores, do uniforme,
do hino, e muitas das respostas esperadas pelos fundadores já foram dadas.
Como um bom filho, o União tem crescido neste meio tempo.
Já foram três temporadas de Divisão de Acesso e de muitas alegrias, tristezas,
emoções e aprendizados. Se o resultado não vinha dentro de campo, a torcida
chiava na arquibancada, mas que bom que ela estava lá. Sim, e estava lá em bom
número, sempre. Com chuva, time em crise – como aconteceu esse ano – e os
torcedores estavam lá, mesmo assim, em centenas.
Pouco importa investimentos astronômicos, atletas
renomados ou grandes promessas se a torcida, alma do time, não estiver na
arquibancada. Isso soa até como crítica a times que surgiram em outros Estados,
apenas com fins lucrativos, mas que na “cancha” não tem ninguém sofrendo junto.
Em Frederico Westphalen é diferente. Desde o início ela estava lá, sedenta de
um clube de futebol profissional, de uma diversão para o final de semana. E
essa brincadeira virou amor, afinal, quando os sentimentos de alegria,
tristeza, ódio e euforia se misturam em noventa minutos, passa a não ser apenas
11 contra 11, é algo mais.
Um dos personagens que faz parte desta história de três
anos do União Frederiquense é Jonathan Pertile. O funcionário público, de 25 anos, assumiu o verde, branco e
vermelho. Colocou o escudo no peito e não tirou mais. “Meu
primeiro contato com o União foi quando o pessoal resolveu criar o time para
disputar a Divisão de Acesso. Eu, como sou um apaixonado pelo futebol, comecei
a gostar da ideia, e desde então surgiu essa paixão pelo União”, ressalta o
torcedor.
Pertile passou da arquibancada para um verdadeiro “amigo fiel” do
clube, acompanhando a delegação sempre, inclusive nos jogos longe do Vermelhão
da Colina. “Eu sempre estive junto, tanto que eu sou conselheiro do
clube, por sempre estar junto. Acho que é o papel do conselheiro estar
presente, não só na época de aprovar os processos, e sim vendo o que é o União,
o que acontece por trás, isso eu sempre gostei, sempre quis ter contato”,
comenta.
O início
“No primeiro ano foi montado o time, só faltava uma
coisa, a torcida. Mas FW é uma cidade apaixonada por futebol, que vive o
futebol. Eu queria tanto fazer parte do União, que eu resolvi criar a torcida
Loucos da Colina. Acabou no último ano, mas foi uma boa experiência com o
pessoal. Mas a torcida no geral foi fundamental, foi um espelho nesses três anos,
pela quantidade de torcedores, tanto que muito jogador vem para cá devido à
torcida”.
Os jogos fora de casa
“Eu acho que eu não fui só para Pelotas e Rio Grande, no
resto, já cruzei o Estado no meio nesses três anos. Mas com certeza, o mais
tenso foi o primeiro jogo da história do União fora de casa, em Santo Ângelo. A
torcida chegou um pouco com os ânimos exaltados, aí houve um tumulto lá”.
O jogo mais emocionante
“Foi o jogo contra o Riopardense aqui, que a gente
precisava de uma vitória. Com chuva, campo alagado, e o Rodrigo Vareta fez o
gol aos 49 minutos. Essa foi a vitória mais comemorada”.
A maior decepção
“Sem dúvida o jogo contra o Guarany de Camaquã. Acho que
foi muito excesso de confiança. O União tinha o melhor time para subir, e acho que
tudo que se gerou, em um time de apenas dois anos acabou criando um excesso de
confiança”.
Esses três anos de time
“O União, como o Grêmio e Inter, é uma história. O
começo é assim, com derrotas, vitórias. Tivemos uma derrota, que para mim, no
futebol, nunca havia sentido tanto, que foi o jogo contra o Camaquã. Mas
acredito que é nessas situações que o torcedor tem que se agarrar mais. É
sempre na derrota que a gente vê o verdadeiro torcedor”.
Créditos: Fábio Pelinson/Jornal O Alto
Uruguai