Em conversa com a
imprensa, presidente da comissão pró-complexo esportivo, Edson Cantarelli, garante a realização do empreendimento (Foto: Divulgação) |
Depois da campanha do União Frederiquense na Divisão de
Acesso, que ficou abaixo das expectativas da torcida e da direção, muito tem se
questionado nos “corredores” sobre a realização do projeto do complexo
esportivo do clube. Embora o ano tenha sido fraco dentro de campo para o União,
fora dele, os meses têm sido de muito trabalho, e a direção resolveu chamar a
imprensa para esclarecer os trâmites do projeto. “Um empreendimento desses, de
uma entidade sem fins lucrativos, que é o União, acaba interferindo em outras
empresas e gera especulações sobre
interesses. Nosso objetivo não é beneficiar ou prejudicar alguém, apenas passar
a informação correta do que está acontecendo”, esclareceu o professor Edson
Cantarelli, responsável pelo projeto.
O complexo esportivo, que ocupará 11 hectares na linha
Faguense, prevê a construção de um condomínio, um estádio – com capacidade para
cerca de oito mil torcedores – e um amplo estacionamento. O projeto foi lançado
em abril deste ano, e de lá para cá, a comissão responsável pelo estádio vem
trabalhando no desmembramento da área, onde, nesta semana, conseguiu-se a
matrícula. “Ficou decidido que o clube vai priorizar o processo do condomínio
horizontal de lotes, pois é ele quem vai dar suporte para as outras estruturas.
É a partir desse processo de licenciamento do condomínio que nós vamos poder
comercializar esses terrenos. Até o momento, temos 15 parceiros, que estão
acreditando no projeto e viabilizaram a aquisição da área. Outra novidade é que
com a nova metragem serão 86 lotes a serem vendidos”, ressaltou Cantarelli,
presidente da comissão.
Nesta semana, máquinas começaram a trabalhar no terreno do União (Foto: Matheus Muller/Jornal O Alto Uruguai) |
Para o início da comercialização dos terrenos ainda é
preciso uma série de laudos. “Isso deve demorar uns dois ou três meses, para
estar entrando o pedido de licença na prefeitura”, comentou Cantarelli. A área
do condomínio será de 3,7 hectares, 1,1 hectare a menos do que o complexo
esportivo. O presidente da comissão destacou a importância da comunidade apoiar
o projeto, assim como abraçou o clube na cidade.
Entrevista
Presidente da comissão responsável pelo projeto, Edson Cantarelli |
Como está o cronograma de preparação do clube para a
construção do novo estádio?
Cantarelli – Os
licenciamentos serão feitos ainda em 2013, está no nosso cronograma. Para 2014,
nós esperamos começar a mexer no campo, no gramado. Já dá para começar a
trabalhar nisso em definitivo, fazendo drenagem, sistema de irrigação. No
próximo ano, nós já teríamos o gramado pronto, sendo usado como campo
suplementar. A partir daí, foge um pouco da nossa alçada, depende das licenças.
Há a possibilidade de o União jogar já em 2015 no novo
estádio?
Cantarelli – Existe.
Eu não posso prometer isso, mas a possibilidade existe. O estádio é considerado
um impacto ambiental grande, então o município não pode liberar o licenciamento
do estádio, a não ser que a Fepam permita. Mas a partir do momento que nós
estivermos com as escrituras dos terrenos em mãos, que nós possamos
comercializá-los, temos condições de estar com a estrutura do estádio pelo
menos com 50% das arquibancadas para 2015. Mas não adianta ter estádio se não
ter acesso, então há outros fatores que também não dependem do clube.
Existe uma expectativa em relação à venda de terrenos?
Cantarelli – Sim. Nós
temos alguma procura já, mas as pessoas necessitam de alguma garantia, e é isso
que a gente está buscando e procurando apresentar. Mas a procura é boa.
A distância do estádio para a cidade pode diminuir o
interesse do torcedor?
Cantarelli – Dois
quilômetros, que é a diferença do Vermelhão da Colina para o novo estádio, é
pouco. A sociedade tem que perceber que o este estádio irá expandir o
município, trará mais empreendimentos para fora da área do centro e dará um
novo direcionamento para FW. Eu não tenho dúvidas que não haverá a queda de
público.
Quantos lotes necessitam estar vendidos para iniciar a
obra?
Cantarelli – Não
existe um número fixo. Se primeiramente entrar R$ 100 mil de receita, nós
iremos trabalhar com esse valor; agora, se entrar R$ 500 mil, nós faremos o que
conseguir com esta verba, teremos pressa para a obra ficar completa.
E os custos de liberação de laudos?
Cantarelli – O
União está trabalhando com parceiros, eu vou fazer um projeto, outra pessoa
fará outro e não vai cobrar. As pessoas estão nos fazendo preços acessíveis e
este gasto não será tão alto, devido às parcerias. Onde nós gastaríamos mais de
R$ 100 mil, pode baixar para R$ 15 mil. Mas nós temos que ter uma grande venda,
pois não haverá investimento no campo antes de trabalhar no condomínio.
Calçamento, água, luz, esgoto, tudo é por nossa conta, a prioridade é o
condomínio.
Existe alguma possibilidade do estádio não sair do papel?
Cantarelli – Existe,
assim como existe a possibilidade de cair um raio aqui agora (risos). É uma
brincadeira, mas essa é a ideia. Porém, vale enfatizar que o estádio só vai
sair se a comunidade quiser; se a comunidade não quiser, o estádio não vai
sair. As pessoas têm poderes e o estádio pode não sair, mas o que depender do
União, ele sairá. Agora, se todo mundo combinar de não comprar os lotes dos
terrenos do União, aí fica difícil.
Área que abrigará o complexo esportivo do União
Frederiquense, na linha Faguense (Foto: Matheus Muller/Jornal O Alto Uruguai) |
Crédito: Fábio Pelinson/Jornal O Alto Uruguai