quinta-feira, 29 de novembro de 2012

AGRICULTURA DE PRECISÃO E VOLUNTARIADO A FAVOR DO ESPORTE

Projeto tem o intuito de prestar assistência técnica na melhoria e manutenção 
do gramado do Vermelhão da Colina  (Foto: Caroline de Oliveira)

Um dos personagens principais da última temporada deve sofrer modificações importantes para os próximos jogos do União Frederiquense de Futebol. Não, não estamos falando em jogadores, comissão técnica e nem mesmo da diretoria, o caso em questão é o gramado do Vermelhão da Colina, cedido pelo Esporte Clube Itapagé e que passará por uma série de procedimentos voltados a sua melhoria, através do projeto “A agricultura de precisão entra em campo”, uma parceria entre Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen com o clube e que tem como intuito prestar assistência técnica na melhoria e manutenção do gramado do campo onde são realizados os jogos.
– Voluntariamente, uma equipe de aproximadamente 24 pessoas, entre elas professores e acadêmicos dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da UFSM, campus de FW, estão engajados no sentido de melhorar a qualidade química e física do solo e recuperação do gramado do campo do Itapagé de maneira a dar as melhores condições técnicas possíveis–, afirmou o coordenador do projeto, professor do curso de Agronomia, doutor Antônio Luis Santi.
Para conseguir ganhos qualitativos ainda para essa temporada – que inicia em março –estão sendo empregadas técnicas de agricultura de precisão, já utilizadas em lavouras da região, para conhecer a variabilidade química e física do solo e poder intervir aplicando mais ou menos calcário, fósforo, potássio e nitrogênio, conforme as necessidades de cada metro quadrado do gramado.

Alunos realizando a primeira etapa do processo (Foto: Divulgação Web)

No último dia 17 de novembro, foram coletadas 100 amostras de solo no campo e agora estão em processo de análises no laboratório da UFSM. Essas técnicas ainda permitem prever outras intervenções, de acordo com o resultado das análises de solo.
Esse projeto é pioneiro no Brasil usando tais estratégias. “Nosso tempo de trabalho é curto, menos de 90 dias para a próxima temporada, e há muita coisa que podemos melhorar, então decidimos usar a tecnologia para melhorar a qualidade do gramado e ajudar o União a chegar à primeira divisão”, explicou Santi.
Os planejamentos de melhorias são a curto, médio e longo prazo, envolvendo intervenções semanais, com correção do relevo do campo, adubações, corte de grama e também troca da grama nas goleiras.

Acadêmicos realizam segunda etapa do projeto (Foto: Caroline de Oliveira)

Para o acadêmico do 6º semestre de Agronomia, da UFSM/Cesnors, Mateus Bisognin, o desenvolvimento do projeto busca contribuir com a parte social, contribuindo para a sociedade. “Dentro da agricultura de precisão, queremos desmistificar a teoria que ela só é utilizada com grandes tecnologias, e em grandes propriedades, com maquinário pesado. Nós estamos trabalhando com poucos equipamentos, e mais com o uso de técnicas e relacionando solo, planta, fazendo isso em pequenas áreas", finalizou.

Irrigação – além dessas atividades, já está sendo trabalhada a implantação de um sistema de irrigação do gramado e, futuramente, de drenagem. A irrigação servirá para a operação de manutenção, permitindo aplicar sobre o gramado a quantidade de água exata para a plena satisfação das necessidades hídricas do vegetal, proporcionando o seu desenvolvimento e uma grande produção de massa verde. “Conseguimos fazer isso com eficiência usando sistemas de irrigação escamoteável e portátil, que além da aplicação correta da lâmina de água, proporciona grande racionalização de uso da água e energia elétrica” explicou o professor especialista da área, doutor Renato Beppler Spohr.

Voluntariado: parceria em prol do União

Parte da equipe envolvida no projeto (Foto: Divulgação Web)

De acordo com o professor, doutor Edison Bisognin Cantarelli, responsável pelo planejamento e finanças do clube, todas as ações para serem viabilizadas ou dependem do serviço voluntário ou da parceria dos empresários e dos patrocinadores.
 – A perfuração do poço artesiano é fundamental e já foi iniciado o processo de licenciamento ambiental. Estamos buscando parceiros para viabilizar estes custos. A empresa Leão Poços de Chapecó irá fazer a perfuração do poço, a Cotrifred vai patrocinar os insumos (adubo, calcário, ureia) e ainda precisamos de patrocínio para os equipamentos de irrigação. Todos são importantes. O espírito comunitário e a força da torcida são determinantes para chegarmos à primeira divisão. Também precisamos ressaltar que a direção do Itapagé é parceira nesse trabalho. Eles são os proprietários, gestores do estádio e tem dado todo o apoio necessário –, revelou.


Fotos: Caroline de Oliveira e divulgação
Crédito: Daiane Binello/Jornal O Alto Uruguai

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